Em Coimbra ninguém esquece 1969, o ano da Crise Académica. Na época, os estudantes de Coimbra e o seu presidente, Alberto Martins, afrontaram o regime imposto por Salazar muitos anos antes, exigindo mais direitos e melhores condições de ensino.
Alberto Martins ousou pedir a palavra durante a visita de Marcello Caetano, o sucessor de Salazar, à Universidade de Coimbra em 1969. O pedido foi-lhe negado, levando à sua detenção horas depois e ao início da crise que transformou Coimbra e marcou a história da cidade.
Até a própria equipa de futebol da Académica se juntou ao protesto dias depois, quando os estudantes se deslocaram a Lisboa para defrontar o Sporting em Alvalade num jogo a contar para a meia-final da Taça de Portugal. Na altura, a equipa entrou em campo com braçadeiras negras a representar a morte da liberdade e tudo mudou. Os protestos mantiveram-se e a relação entre estudantes e políticos continuou a deteriorar-se até 1974, o ano da revolução.