Este mês falamos de história na nossa reportagem. Contudo, não se trata de história cujos vestígios só consegue encontrar em museus. Pelo contrário, pode encontrar esta parte da história de Coimbra a poucos metros, mais concretamente nas paredes do seu Hotel Oslo! Os pratos ‘ratinho’ que decoram as paredes do nosso hotel fazem parte de uma das correntes artísticas mais tradicionais de Coimbra: a olaria.
Os especialistas atribuem a produção da louça ‘ratinho’ a uma fábrica de faiança localizada no centro da cidade dos estudantes. Graças ao estudo de algumas peças, sabe-se que esta louça foi originalmente produzida entre o segundo terço do século XIX e as primeiras décadas do século XX. E até o nome ‘ratinho’ carrega um simbolismo histórico: este era o termo usado para descrever os trabalhadores rurais que migravam sazonalmente da zona das Beiras – onde Coimbra se situa – para o Alentejo.
Na altura de viajar, cada trabalhador levava consigo um prato ‘ratinho’ para não ter de usar louça alheia. Com o tempo, o nome ‘ratinho’ adquiriu um significado rústico. Quando aplicado à olaria, o termo usa-se para caracterizar louça simples.
Contudo, o destino da louça Ratinho mudou quando figuras proeminentes do meio artístico português, como José Régio e Júlio Reis Pereira, começaram a colecionar este tipo de faiança no século XX. De repente, a misteriosa louça coimbrã tornou-se num objecto de desejo para colecionadores e museus. Hoje sabe-se que a característica decoração desta faiança, na época pintada a esponja e pincel, inclui 11 temas principais, tal como figuras humanas, animais e flores.
Além das paredes do Hotel Oslo, pode encontrar mais exemplares da faiança ‘ratinho’ no aclamado Museu Machado de Castro, situado na Alta universitária da cidade. Fazem parte da coleção do museu 171 peças que vale a pena ficar a conhecer melhor. No entanto, se não tiver tempo para visitar o museu pode sempre passar os olhos pelas paredes do Hotel Oslo e aproveitar a decoração tradicional.
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