Coimbra. Cidade dos estudantes, da universidade, dos amores, do rio Mondego e… dos castelos. Se não teve tempo para se informar sobre Coimbra antes de a visitar, talvez não saiba que a cidade e os seus arredores são povoados por vários castelos de grande importância e relevo histórico.
Temos, obviamente, os restos do que um dia foi o Castelo de Coimbra e a muralha da cidade. A sua origem remonta ao século XI e à personagem de Sesnando Davides, o brilhante conde que governou a cidade após a reconquista do território aos mouros, uma missão comandada em 1064 por Fernando Magno. D. Sesnando tornou-se conhecido como o senhor dos castelos do Mondego e foi responsável pela construção e reconstrução de estruturas como o Castelo da Lousã (ou Castelo de Arouce, construído em 1080), o Castelo de Montemor-o- Velho (construído no século IX e reconstruído a mando de D. Sesnando), o Castelo de Penacova (já não existe, mas há referências históricas a um pequeno castelo mandado construir pelo conde) e o Castelo de Penela (reconstruído em 1965 a mando de D. Sesnando).
A sua obra continua viva, mas a personagem é muitas vezes esquecida. Por isso mesmo a Universidade de Coimbra está a promover este ano o congresso internacional “Coimbra, Cidade Aberta: celebrar 950 anos do tempo de D. Sesnando”. O evento decorre a 23 e 24 de Outubro no Auditório da Reitoria da universidade e servirá para relembrar valiosa contribuição deste moçárabe que se tornou dono de inúmeros territórios na zona de Coimbra e senhor feudal da cidade.
D. Sesnando governou Coimbra durante quase três décadas, tendo sido responsável não apenas pelos castelos e defesa do território, mas também pela sua reorganização. O conde tornou Coimbra num centro económico e mercantil, bem como num lugar de promoção da cultura moçárabe. Hoje o seu túmulo pode ser visitado na Sé Velha, mas os “seus” castelos continuam espalhados pela região, relembrando a enorme dedicação desta personagem histórica à cidade que o acolheu há 950 anos.
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