O “Rasganço” é uma curiosa tradição com mais de 700 anos realizado pelos alunos finalistas da Universidade de Coimbra.
Tem origem na Farraparia, que durou até 1910, e era feita na Faculdade de Direito após o “Ponto” – anúncio do último dia de aulas – em que os alunos do 1º ano faziam espera aos do 5º, com a finalidade de lhes rasgar as batinas e as capas.
Era, de certo modo, o exorcizar de anos de “duras penas”, um grito de libertação do jugo dos estudos, o fim das sebentas, dos exames, das orais, das farras perdidas para ficar em casa a “marrar”.
A partir do pós-guerra, o rasganço passa a ocorrer já não no último dia de aulas, o famoso “dia do ponto” (marcado, tradicionalmente, pelas latadas), mas após o último ato de formatura, ou seja, e como se faz ainda hoje, aquando do último resultado afixado nas pautas que atestava o fim do curso.
Representa o fim dos estudos, em que toda a indumentária académica é rasgada em pedaços pelos amigos mais próximos. O recém-formado apenas fica com o colarinho, gravata, meias e sapatos, embrulhado na capa, que após concluída a formatura a pode exibir como relíquia sentimental da sua vida académica.
Este ritual que antes era público e espontâneo por parte de quem estivesse presente passou a ser privado, na companhia de amigos e familiares, mais recentemente as mulheres começaram a fazer parte desta tradição embora um pouco mais recatadas do que os rasganços masculinos.
Com o “Rasganço” chega ao fim não só o curso universitário, mas também uma vivência da juventude apenas possível em Coimbra, porque “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”, pelo menos para quem a viveu ou vive intensamente!
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